Esportes radicais e acidentes fatais crescem de mãos dadas no Brasil
A prática exige força e coragem e vem ganhando cada vez mais adeptos. Mas é preciso cautela para não colocar a própria vida em risco
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Em busca de fortes emoções, pessoas de todas as idades estão se arriscando nos esportes de aventura: modalidade ideal para aqueles mais ousados e que procuram fugir da rotina. O sucesso desse ramo entre os brasileiros está gerando um vasto comércio: são cursos, equipamentos, viagens especializadas e locais de treinamento específicos.
No entanto, os esportes radicais – como rapel, tirolesa, mountain bike e paraquedismo – são caracterizados pelos riscos que trazem a quem os pratica e pela alta possibilidade de ocorrência de um acidente grave e até mesmo fatal. Um caso famoso é o do brasileiro Eduardo Silva e de sua mulher, Rita Bragatto. Em 2005, eles conseguiram chegar ao cume do Pico do Aconcágua, na Argentina. Mas, na descida, não aguentaram. Eduardo morreu de parada cardíaca. Rita sobreviveu após passar uma noite inteira a 6,8 mil metros de altitude e ter partes do corpo congeladas.
Com o aumento da procura por esse tipo de esporte, acidentes como esse passaram a ser rotina nos noticiários. O mais recente é o da professora universitária Sônia Stamm. Ela faleceu no dia 16 de janeiro deste ano, depois de sofrer um acidente de paraquedas na cidade de Pato Branco, no Paraná. A Polícia Civil investiga se houve imprudência dos organizadores do salto ou se o acidente ocorreu por falha da vítima ao acionar o equipamento. Sônia havia iniciado um curso de paraquedismo em setembro e, segundo informou seu instrutor, Marcos Macagnan, o salto foi dado pelo marido como um presente de casamento.
Em meio a tantas fatalidades, o instrutor de paraquedismo Roberto Pacheco dá um alerta aos que desejam se aventurar: "No momento do salto, deve-se ter cautela redobrada, principalmente com os iniciantes, que precisam seguir à risca todos os procedimentos que passamos antes. Tudo deve ser minuciosamente testado para evitar que tragédias aconteçam", explica.
Consultar especialistas e se equipar adequadamente são a chave para a diversão segura
Por outro lado, é provado que os esportes radicais também trazem muitos benefícios. "Faz muito bem à saúde e combate o estresse", informa Roberto Pacheco. E os praticantes esclarecem que esse tipo de esporte proporciona uma sensação indescritível, por liberar adrenalina. Para o advogado Felipe Reis, apaixonado por aventuras, esse é justamente o atrativo. "Eu pratico esportes radicas há sete anos e amo o que faço. O que mais gosto é o paraquedismo. A sensação do vento no meu rosto é pura adrenalina", conta.
Mas, antes de se aventurar, é importante estar em dia com exames médicos e assegurar-se de que todas as ferramentas sejam manuseadas corretamente. Segundo aconselha o professor de educação física Diogo Nassan, é necessário ter consciência dos riscos que se corre. "Os praticantes são atraídos pelo perigo e pelo desejo de superar seus desafios. Mas é preciso estar atento em todos os momentos e testar todos os equipamentos a serem usados. O alpinista, por exemplo, tem que se equipar adequadamente, pois essa é a garantia de sua segurança. Qualquer falha pode ser fatal", alerta.
Portanto, para tirar um bom proveito do esporte, estar atento a esses fatores é imprescindível, além de se informar, com ajuda de instrutores, sobre a modalidade a ser praticada e sobre quais equipamentos garantirão a segurança. "Minha recomendação é que as pessoas procurem por empresas credenciadas e que façam cursos com profissionais realmente capacitados que possuem conhecimentos técnicos. Muitos optam por fazer tudo sozinho, colocam os equipamentos de maneira errônea, o que acaba em fatalidade", informa Nassan.
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